segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

C. Exercitado (Parte A - Não deve ser subjetivo)

“Alimento sólido é para homens maduros, os quais têm, pelo uso, as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal” (Heb. 5.14). “Pelo uso” também pode ser traduzido “através do hábito” (Darby). Para receber a palavra de Deus, uma condição deve ser cumprida. Que condição é essa? Alimento sólido é para adultos. Porque isso é assim? Porque eles desenvolveram o hábito de consumir alimento sólido. Os adultos são capazes de ingerir alimento sólido através do hábito de ter suas faculdades exercitadas para discernir o bem e o mal. “Experiência na palavra da justiça” no verso anterior (v.13) significa ser habilidoso na palavra de Deus pelo uso habitual. A palavra “uso” ou “hábito” é um termo industrial Grego. Significa “habilidoso”. Dentre os trabalhadores, alguns são mãos novas e outros são mãos habilidosas. Os últimos são aqueles que se tornaram habilidosos através de um certo período de tempo. Ser habilidoso na palavra da justiça significa ser bem treinado na palavra de Deus. Para uma pessoa entender a palavra de Deus, ela precisa desenvolver esse hábito habilidoso.

A Bíblia expõe seus leitores. Certos tipos de pessoas lêem certas coisas das Escrituras. Se você deseja verificar o caráter e hábito de uma pessoa você apenas precisa pedir-lhe que leia um capítulo da Bíblia e ver o que ela tira dali.um homem de curiosidades vai ler coisas curiosas da Bíblia. Um homem com um grande cérebro vai encontrar a Bíblia cheia de razões. Um homem que não pensa apenas verá as letras em cada verso. É bem verdadeiro que o caráter de uma pessoa pode ser revelado pela forma como ela lê as Escrituras. Agora, se essas características pessoais não forem tratadas, elas podem desviar a pessoa e tornar sua leitura infrutífera.

Que tipo de caráter e hábito é requerido para um estudante da Bíblia?

(1) Não deve ser subjetivo. É requerido de todos os leitores da Bíblia que sejam objetivos. Nenhuma pessoa subjetiva pode estudar bem a Bíblia, pois ela não é apta para ler. Fale a uma pessoa objetiva uma vez e ela entende. Fale a uma pessoa subjetiva três vezes e ela ainda não entende. Muitas pessoas não ouvem e entendem porque são muito subjetivas, não porque seus cérebros são inferiores. Uma vez que elas vivem totalmente em seus próprios pensamentos, elas são incapazes de ouvir as palavras de outras pessoas. Estando já cheias das suas próprias opiniões e idéias, como podem elas receber as palavras dos outros? Se elas estão pensando em água e as pessoas lhe falam de colina, elas a reconhecerão como a água da colina. Podem essas pessoas que falham em ouvir as palavras das outras pessoas ouvir a palavra de Deus? Se elas não são aptas para entender as coisas terrenas, como podem elas esperar compreender as coisas espirituais?

Antes, uma coisa é surpreendente: todos os que sabem como ler a Bíblia são muito rápidos em ouvir. Você fala e elas imediatamente entendem. Elas compreendem plenamente o que você falou. Não sendo subjetivas, elas são capazes de ler a Bíblia assim como de ouvir os outros. Por outro lado, para outras pessoas você pode falar uma e duas vezes, e mesmo assim elas não tem impressão nenhuma. Isso é porque elas tem muitas coisas nelas mesmas, muitos pensamentos idéias e opiniões. Se desejamos testar a nós mesmos em subjetividade, precisamos apenas observar se somos capazes de entender as pessoas quando elas falam. Podemos compreender quando elas falam casualmente? Em vista do nossos limitados anos em que vivemos na terra, nosso tempo sofrerá uma grande perda se somos o tempo todo subjetivos. Os leitores objetivos são dez vezes melhores do que os subjetivos. Pois esses últimos podem ler a Bíblia dez vezes e ainda assim a deixarem se esvair sem deixar nenhuma impressão.

Lembre-se da história de Samuel. Quando o Senhor o chamou, ele foi ver Eli. Ele era um rapaz pensador. Ele reconheceu que, se alguém deveria chamá-lo de noite, deveria ser Eli. Então quando Deus o chamou, ele pensou que Eli o tinha chamado. Ele deve ter ouvido a voz de Eli inúmeras vezes, mas não podia distinguir essa voz da voz de Eli? Isso é devido à subjetividade dele. Sua mente já estava posta em Eli que o chamaria, e dessa forma não pôde distinguir a voz de Deus da voz de Eli.

O problema de algumas pessoas está em que elas não deixam Deus derrubar a sua subjetividade. Não importa o quanto elas leiam a Bíblia, elas não têm impressão nenhuma. Elas parecem nunca estarem aptas para ouvir o falar de Deus. Quando estamos lendo a Palavra, nosso pensamento, nossa idéia, nosso sentimento, nosso coração – nosso todo – precisa estar aberto para Deus. Em suma, nós não devemos ser subjetivos. Nós vamos cada vez mais ver a importância desse princípio. Se alguém não tem sido tratado nesse respeito, ele é incapaz de estudar bem a Bíblia. Mas uma pessoa objetiva está esperando para ouvir Deus falar; há nele uma quietude que deixa Deus falar. Aquele que chegou a essa posição pode facilmente entender o que Deus está falando quando ele lê a Bíblia. A pessoa subjetiva, porém, não pode nem, dizer o que ela leu, pois espiritualmente ela é dura de ouvido – assim como em Hebreus 5.11 diz: “Vos tornastes tardios em ouvir.” Ele é tão cheio das suas próprias coisas que não tem espaço para a Palavra. Subjetividade é, portanto, um problema muito sério. Uma pessoa subjetiva não tem caminho para a palavra de Deus, nem pode tocar as coisas espirituais.

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